Cinquenta tons de protesto. Seu João resolveu protestar. Apanhou porque não usou a paleta adequada. Mas chamou atenção grafitando suas próprias paredes de cinza.
Atrás daquele cinza, ele tinha várias motivações. Alguém não gostou e sentou o dedo. Fez o beco rachar. Eu conheci o lugar faz muito pouco. E o mais legal dele é poder optar por enxergar suas próprias cores.
Nesses “muertos” da foto, por exemplo, em vez da cor original, apliquei um filtro de tons acinzentados. Não em luto pela falta de tolerância, pela falta de respeito com o diferente ou pela falta de tino com o outro. Postei assim porque gosto de cinza.
Gosto, na verdade, das variações do preto e branco. Cinza não é patente de livro/filme porno-soft, de prefeito, de morador, muito menos nem de celebração religiosa. Cinza é grey, gris, é cor de cimento. Cinza é muito mais do que VER/APAGAR ou COLORIR/DESCOLORIR.
O mundo está muito dicotômico e chato. E não venham me dizer que é culpa dos dias que estão cinzentos. (Quer saber, se o beco é do Batman, por que todo mundo só valoriza quando é o Robin que escolhe o figurino? ).