No traço do grafite, ganhamos vidaNa força da chuva, ganhamos formaViramos arte, viramos rio. Somos a marca do tempoA duna que se fixaA falésia que…
Autor: L Pedrosa
Pensador anônimo
Era uma noite escura e tempestuosa em Budapeste. (Escrito em 2018 após uma visita a estátua Anonymus Szobor) No terminar do passeio, às vésperas da…
O Embiruçu
Em meio aos restos de couro e de pele queimados sob o forte Sol árido, o odor, a desidratação e a desesperança acompanhavam o homem,…
A Menina Mágica (eBook)
Bem-vindos a um conto de Romeu e Julieta sem famílias ricas. Nada muito shakespeariano e com doses de romantismo delimitadas pelo horário comercial. A Menina…
Passagens por Valsolda
Na trilha para Oria, as romãs se rompiam de maduras no pé. À dona do pomar carregado, perguntei o motivo da desatenção com a colheita….
A Menina Mágica: 5 – O sumiço
Encostado no canto do banheiro, Geison cochilava mais do que de costume. Já não dormia à noite e, quando fechava os olhos, via Mel sem…
Menina Mágica: 4 – A sala do terror
Tem coisa que não funciona mais em circo. Um elefante no meio de uma tenda até pode alegrar momentaneamente a criançada e adultos, mas um animal acorrentado faz a alma sofrer por muito tempo.
Tem coisa que não deveria mais funcionar em shopping. No comércio, onde a alma é fazer negócio, montar uma sala do terror com bonecos alienígenas, muita fumaça, pouca luz e alguns sustos prontos podem até assustar, mas apenas vendem a frustração permanente de um terror mal feito. Como mesmo assim gerava dinheiro, o shopping tinha reservado uma ala bem grande para esta instalação temporária.
Menina Mágica: 3 – Encontro
A bandeja sobre o bufê era acompanhada por uma mão e uma tatuagem com os quatro naipes de um baralho. Pintadas cuidadosamente com canetinha, durariam, no máximo, uns 30 minutos. Tempo suficiente para que ela pudesse se servir e mastigar delicadamente os itens escolhidos no restaurante chinês.
Havia, naquele estabelecimento, o poder da proporção. O que antes custava 80 reais o quilo era servido até por um quarto do preço aos trabalhadores do shopping. O desconto era progressivo. A partir das 13 horas, diminuía-se um quarto do valor. Quando o relógio apontava 14 horas, a calculadora subtraía 50%.
Mas a verdadeira alegria acontecia quando o ponteiro dava 15 horas. A menina se aproveitava do descontão oferecido. Em fim de festa, sem muitas opções e com várias outras já expostas em demasia, servir-se era um ato de coragem, astúcia e determinação. E ela o fazia bem.