Ah, as máquinas que nos conectam ao mundo e encurtam distâncias!
Ah, as máquinas que se entulham em nossas garagens e nos desorientam!
Ah, as máquinas que nos levam ao fascínio, ao amor e ao ódio!
Na internet, nas estradas, na vida, na morte, e durante nossos sonos, somos impulsionados e movidos por elas. Basicamente, também as somos. Podemos criar odes em homenagem, odes em protesto. Nem sempre líricos, mas contundentes. Numa delas escrevo agora e é dela que quero me livrar um pouco.
Não é dar adeus ao que nos nos gera dor nas costas. É estabelecer relações de respeito. Afinal, a tecnologia não é simplesmente a arte de colocar parafernálias – grandes e minúsculas – em funcionamento. É, antes de tudo, gerar e o entender de como e para quê essas engrenagens funcionam em nossas vidas. É a arte do pensar, o estudo do ofício. Podemos até não fabricar uma máquina, mas podemos descartar, consertar ou reapropriá-la.
Por isso, pretendo diminuir o meu excesso de contato para diminuir o banal e construir novos sentidos. Menos pc, menos carro, menos tv, menos celular. Máquinas que ficarão em standy by enquanto outras ganham prioridade e aprimoramento. Entre as que ganharão mais atenção está o cérebro, que precisa maquinar mais sobre seu próprio eixo.
Menos excesso, mais foco.
Das máquinas, não sumo.
Antes de usar, um respiro.
Ao ligar, mais sentido no uso.