Submissão

por

Parece que, onde há dor, também resta um conforto.

Um sentimento de impotência e submissão diante da liberdade alheia.

O autocontrole, a vontade e o desespero vivem em uma só mente.

Pode-se nominar o que se sente, enganar-se ou justificá-lo.

Mas a rejeição e resistência são difíceis de se definir quando alvo.

Um passo adiante seria dar dois passos atrás?
Ou enfrentar o luto de algo ainda vivo?

Quem não está diminuído também sente suas misérias. A rua está cheia de belezas e podridão.

O mendigo abandonado, a moça bonita, e o dinheiro que gira em uma só avenida.

Preste atenção no domínio do poder. Do amor ao respeito. Do dinheiro ao valor de uma companhia.

Não se sabe quando, onde ou porquê a roda gira. Se submeter ou afirmar-se sobre o fictício domínio das próprias rédeas?

Enganar-se ou estar enganado. Pouco se sabe como proceder. Apenas a certeza do que já foi não será nunca mais.

Dessas rédeas da dor, ninguém controla.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.