À Angélica, de um amigo andarilho.
Na toalha esteirada
De uma mochila pagã
Com cinco ou seis cents
Ela conta os ganhos do dia
No frio, o fogo aproxima
Ela é chama e magia
Mas só carrega quem dá
Deixando parte pra trás
Sem casa, ela mora
Num canto, o lar
Em uma toalha bordada
Esteirada no ar
A fogueira que aquece
Estrala sem dó
E queima o que dá
E deixa o que fica além mar
O corpo esteirado
Em um céu estrelado
Com cinco ou seis lágrimas
Ela conta histórias ao vento